"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
Mario Quintana
Em cada minuto da madrugada que se despede começo a surgir um novo ciclo da vida,da história,e dos músculos;sim deles mesmo,como aqueles que andavam parados e como em um segundo bombeou e permitiu que sangue corresse levasse você à minha cabeça.
São mãos largas que perseguem lugares inapropriados e cheios de mistérios ;seguidos com esse azul semelhante ao o mar que me envolvem em correntezas ou como a clareza do céu que em sua constância me domina;envolvidos por uma fumaça que concentra a sua nitidez nas essências,e eu gosto,assim como o gosto do seu cigarro,que mistura com o meu e cria um sabor inusitado que só as nossas bocas conhecem;agora seu cheiro se aproxima mim como uma rotina;e quando o vazio escorre,as minhas lembranças do dia procuram o seu braço e seus abraços,por isso logo desaparecem; parecidos com sua falha de memória.
Estou em devoção enquanto devora e decifra;e ainda com uma audácia de deuses;caçoa da minha anomalia,mesmo respirando da minha loucura.
E toda contemplação do encontro se torna combustível para os próximos atos;mesmo convivendo com a incerteza das datas,lugares e a sua presença;enquanto fluir;seguirei meu culto; e quando tudo romper e minhas desvalidas e lastimáveis ausências vierem me visitar;guardarei por perto uma lembrança doce de outono,com filmes pela metade,bis,isqueiros e suspiros.
Que a esperança do acerto seja tão eficaz quanto o desejo do sono,das cores,dos corais e do mais tarde;com você;é claro.