entrelinhas...

".. uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida..."
Clarice Lispector

Um lugar incomum..

"Viver é ser outro,nem sentir é possível,se hoje se sente como ontem se sentiu,sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir;é lembrar hoje o que se sentiu ontem,ser hoje o cadáver vivido do que ontem foi a vida perdida."
Fernando Pessoa.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Dirão, em som, as coisas que, calados,no silêncio dos olhos confessamos?"
                                                                            José Saramago

Preciso de olhos que digam a verdade,preciso de sorrisos que mostrem mais que dentes,musicas que falem de vida e não de sonhos,preciso de você,preciso de um pouco de mim..
Quero abraços que me acolham,que me tirem da inércia,por mais que me afogue em inconstâncias,não quero súplicas de afago,chás de piedadee tampouco migalhas de um sentimento que inexiste,não quero arrependimentos,nem promessas de voltas,coisas tolas que o passado tem mania de remoer,quero realidade,sei que feridas não se curam com o vento,e que o tempo não é santo(embora sagrado)mas que o meu esforço de arrancar da alma o que o corpo deseja,o coração sente o ego teme e a boca nega que seja finalmente entendido...
Quero um novo começo,em estradas que por mais inseguras que aparentem,façam com que me eu me sinta em casa,estrelas novas serão vistas nessa terra que não acabou,hoje compreendo a importância das lembranças, mas quero abolir a convivencia do que necrosou no coração..são imperceptivéis pelos olhares mas tão reais ao interior deste imenso e medilcre interior..meu eu!
Que esse cisco que faz meus olhos suarem não caiam mais em vão..
Lisérgico,viceral,silencioso,agridoce e efemero..como o amor que te dei..Finito,sim,mas os meus olhos e pensamentos voltarem a ser meus.l

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Transação e transcrição..

                  " Eu não sou que eu escrevo ou sim,mas de muitos jeitos.Alguns estranhos "
                                                                                                          C.F.Abreu

     Podia ater-se somente a mim e a minha alma insana os comentários desta noite mau dormida,mau elaborada e mau acontecida (mau vivada),mas o meu espirito não consegue suportar a imensa lamentação de condenar-se com a exclusividade destas memórias;por isso trago essas melancólicas palavras ,para demonstrar o quão alcoólatra e trágica são as fatídicas histórias de um coração triste que vive em um caos profundo,a procura de sorrisos nos lábios de quem não sorri para conter as lagrimas que não chorava,mas sentia escorrer de sí,convivendo com a estafa de procurar você em cada olhar,em cada gesto;é preferível "então"desencontrar você em outro corpo,em cada suor ainda que tão impossível sendo só uma busca,só um pedaço solto tentando te esquecer quando todo o resto já tinha desistido;comprovando a existência de pensamentos que se mostravam extintos ,assim como a verdade legitima e incabível que não segue logica para amar e desejar e só acompanha a frustração evidente de não te esquecer.
    Assim, fechava os olhos e implorava para que isso acabasse antes que pudesse te transportar denovo para os meus pensamentos,fazendo nosso aqueles calafrios e gemidos por entre bocas,apertos(lembranças),abraços e até falsas juras;e a troco do que ? mais uma tentativa desesperada de conhecer alguém que pudesse preencher um pouco daquilo que você não me deixou ter,por descaso,desafeto,desatenção,me sentenciando a te aprisionar nas minhas quimeras,inimigo a minha razão e companheiro a minha duzia de fronhas .Você ainda participa da minha insonia,motiva meus porres e bebe da minha esperança,por ainda te trazer em um gesto,te buscando nas coisas pequenas,te devorando na inocência que se cria no anseio dos sentidos,te faço luz,te escrevo em linhas distantes,te mascaro em indecência mas ainda assim te confundo com amor o tempo todo,exceto quando largo mão de mim definhando os segundos eternos e restantes deste êxtase, fugindo para o vazio que foi exatamente o lugar que você me deixou.Terminou.Gélida,então viro e durmo, por que ainda sonho com você voltando para me buscar...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Palavras Soltas...

                                 "...e pra não dizer que eu não falei do ódio..."   

Vida.Perdão.Abandono.Descaso.Lágrimas.Medo.Culpa.Decepção.Ausência.Tristeza.Mágoa.
Ressentimento.Memória.Saudade.Indiferença.Prisão.Sorriso.Falsidade.mais lagrimas.Dor.Abismo.Solidão.Decisão.Espanto.Frustração. mais palavras. Silêncio.Razão.Sentidos.Felicidade.Mentira.Derrota.Calma.Perca.Passado.Presente.Incerteza. Necessidade.Impar.mais solidão.
Loucura.Esperança.Direito.Técnica.Ilusão.Mundo. Resistência.Desespero.Coração.Justificativa. Vago.Domínio.Consciência.Multidão.Força.Escuridão.Fé.Agora.Espelho.Raiva.Piedade.Justiça.Paz.Utopia.Asas.Orgulho.Inteiro.Intacto.Pecado.Lembranças.Abismo.maldade.Defeito.Erro.mais piedade.
Dúvida.Posse.Raiz.Afeição.Voracidade.Retorno.Pressa.Vaidade.mais culpa.Ideais e no final a morte.Liberdade...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Á dois.Comigo só.

"...Quando eu penso em você eu tenho febre.."

Acho que você realmente não percebeu que o meu sorriso era sincero.O mundo está repleto de coisas efêmeras lá fora e ainda existem pessoas que rejeitam o amor;pois bem;não quero mais caminhar por linhas tortas e pessoas surdas;estou ecoando pensamentos simples e evitando te sentir,  escondendo embaixo da minha aparência serena o enfervecer deste desamor,já que não posso escolher não sentir tudo o que sinto,ao menos controlo a voracidade com que isso me devora, uma mórbida beleza em cortejar minha tão nobre solidão,com quantas lagrimas se formam um castelo de ilusões?De quantos pecados é absolvida uma alma apaixonada?Quantas promessas são acatadas por um santo em nome da paz?
 A existência,a sorte e o destino compõe a arte de nossas histórias;e tudo que pago hoje é pelo preço de ter  um coração.
Conforme os conformes no barril das tristezas repousas uma alma, enquanto em algum lugar da sua bagunça guardaste um pedaço meu,embora nossas histórias não vividas tranquei em minha memória; e o que faço agora?sopro o resto em forma de oração...
Não mexo mais no teu apogeu,não invoco mais meu terremoto de silêncio e estampo no meu peito a liberdade mesmo percebendo que aquele que não sabe sentir encara a escravidão como se fosse estado de quem ama.
   Passo então a entender mais do que observar,sepultando meu ego,construindo meu infinito,desbravando a abstração e tentando te apagar de mim.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"..São só palavras desse ensaio em cena ,a cada ato enceno a diferença,o que é amor ficou o seu retrato,a peça que interpreta o improviso insensato.."
                                                                                            Legião Urbana
                                                                                

Tudo que gosto é assim sem gosto,o amargo,o melado e o agridoce;queria que esse aperto saísse de mim ou o vazio deixasse de me acompanhar,que a minha ausência dialética fosse conto de ninar os ocupantes deste castelo de ilusões que fui me abrigar;gosto mesmo do absoluto,mas sempre estou mais perto do seu primo torto;o absurdo,tudo bem gosto mesmo de filosofar,sou canto de pássaro raro,tenho que imaginar,eu crio e vivo,vivo e crio,ou ao menos creio que vivo,só não sei se na mesma ordem,mas tudo isso é pra me encantar,se não tem magia e emoção"tô fora!"A minha piada é o que posso fazer dela mesmo sem saber o que ela pode fazer comigo,eu invento mesmo,faço e desfaço como aquarela,mas me mexo,não fico no mesmo lugar,não gosto de paradas;brigo até com motoristas,maquinistas e pilotos,por isso prefiro dirigir eu mesma,coisa de condutora,acho melhor,estipulo ritmos, extrapolo,sigo na direção que quiser,sigo.digo coisas ao meu retrovisor e ele me entende,faço silencio,medito,acendo um cigarro,mas não sigo ordens,concebo desejos,distraio a verdade destruo destroços,sou a minha própria lei,por que querer e ser são a mesma coisa e quem vai dizer que não?cada um segue o que confortavelmente convém e nesse céu cheio de estrelas embora umas brilhem mais que as outras,estão todas mortas;então quem é que tem direito de ter direito e questionar a minha loucura? Melhor assim,agora prefiro continuar comigo,pois por hoje;mas só por hoje,isso me basta.

terça-feira, 27 de março de 2012

Sentidos...

" O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."
                                                 Mahatma Gandhi

Quero  andar entre os montantes de gente e passar despercebida,quero ser o comum estou insatisfeita de sempre passear entre a contra mão de tudo,o contrafluxo das coisas com as minhas verdades inteiras e meus medos inconfessáveis.  Me sinto prestes a adentrar ao avesso da vida,um júri que acusa e condena por atos e fatos,e posso dizer sem sombra de duvida mesmo consciente dos erros passados não me acovardo,hesito,mas trago uma certeza jamais poderei ser acusada do infortúnio do recuo,serei sentenciada e condenada  pelo crime inafiançável da intensidade,pagarei firme de que o morno nunca foi a minha temperatura..

Não quero mais viver  como coisa que tenta ser o tempo todo inevitavelmente forte, há muito já escuto falar que é  uma característica do fim,não preciso ser forte como uma rocha, e encontro os meus sentimentos livres ,e livre para ser sentido,desejado e provocado, não o condeno,mas há coisas que não cabem em mim, e posso admitir mesmo com lagrimas nos olhos que não sou capaz de suportar...

Um tudo e nada misto e ambivalente,mas tão forte como uma oração e tão cega quanto um pagão,conjeturando uma verdade invisível,insossa e intacta por segurança...

Eu,meus sentimentos e só!

Não quero dizer adeus de novo,mesmo que precise partir;pelo despreparado para enfrentar um amanhã certamente incerto,pelo fracasso  ser categórico;não bem vindo.

Como uma ave prisioneira do seu céu, como  onda restrita ao seu mar,meus impulsos,minha calma e a minha solidão.

E por isso me escondo entre uma justificativa qualquer para sentir segura que de que preciso de  uma dor que me revele, como tal que me faria  sorrir.. mas  o medo ainda é presente e a vida se torna  um rascunho do que poderia ter sido ,há uma sensação que domina o corpo, que arde,queima,arrepia e pestaneja..tenho certeza que ele está por aqui,já posso sentir os cacos de vidro cortantes feito lança pronto para marcar minha mais uma vez minha alma...ainda posso sentir minhas ultimas gotas de sangue não “amorizado” escorrendo com pena de nós,uma imensidão do que não se constrói,um nada com tanto significados que chega a bagunçar por dentro,sempre um caos singular e de novo eu,mas agora estamos sós,no entanto posso te deixar ir,já sabemos o que acontece depois...

 Lembra? Amor não se pede... e essa regra eu não quero quebrar!