entrelinhas...

".. uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida..."
Clarice Lispector

Um lugar incomum..

"Viver é ser outro,nem sentir é possível,se hoje se sente como ontem se sentiu,sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir;é lembrar hoje o que se sentiu ontem,ser hoje o cadáver vivido do que ontem foi a vida perdida."
Fernando Pessoa.

terça-feira, 27 de março de 2012

Sentidos...

" O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."
                                                 Mahatma Gandhi

Quero  andar entre os montantes de gente e passar despercebida,quero ser o comum estou insatisfeita de sempre passear entre a contra mão de tudo,o contrafluxo das coisas com as minhas verdades inteiras e meus medos inconfessáveis.  Me sinto prestes a adentrar ao avesso da vida,um júri que acusa e condena por atos e fatos,e posso dizer sem sombra de duvida mesmo consciente dos erros passados não me acovardo,hesito,mas trago uma certeza jamais poderei ser acusada do infortúnio do recuo,serei sentenciada e condenada  pelo crime inafiançável da intensidade,pagarei firme de que o morno nunca foi a minha temperatura..

Não quero mais viver  como coisa que tenta ser o tempo todo inevitavelmente forte, há muito já escuto falar que é  uma característica do fim,não preciso ser forte como uma rocha, e encontro os meus sentimentos livres ,e livre para ser sentido,desejado e provocado, não o condeno,mas há coisas que não cabem em mim, e posso admitir mesmo com lagrimas nos olhos que não sou capaz de suportar...

Um tudo e nada misto e ambivalente,mas tão forte como uma oração e tão cega quanto um pagão,conjeturando uma verdade invisível,insossa e intacta por segurança...

Eu,meus sentimentos e só!

Não quero dizer adeus de novo,mesmo que precise partir;pelo despreparado para enfrentar um amanhã certamente incerto,pelo fracasso  ser categórico;não bem vindo.

Como uma ave prisioneira do seu céu, como  onda restrita ao seu mar,meus impulsos,minha calma e a minha solidão.

E por isso me escondo entre uma justificativa qualquer para sentir segura que de que preciso de  uma dor que me revele, como tal que me faria  sorrir.. mas  o medo ainda é presente e a vida se torna  um rascunho do que poderia ter sido ,há uma sensação que domina o corpo, que arde,queima,arrepia e pestaneja..tenho certeza que ele está por aqui,já posso sentir os cacos de vidro cortantes feito lança pronto para marcar minha mais uma vez minha alma...ainda posso sentir minhas ultimas gotas de sangue não “amorizado” escorrendo com pena de nós,uma imensidão do que não se constrói,um nada com tanto significados que chega a bagunçar por dentro,sempre um caos singular e de novo eu,mas agora estamos sós,no entanto posso te deixar ir,já sabemos o que acontece depois...

 Lembra? Amor não se pede... e essa regra eu não quero quebrar!