entrelinhas...

".. uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida..."
Clarice Lispector

Um lugar incomum..

"Viver é ser outro,nem sentir é possível,se hoje se sente como ontem se sentiu,sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir;é lembrar hoje o que se sentiu ontem,ser hoje o cadáver vivido do que ontem foi a vida perdida."
Fernando Pessoa.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

" Deixem- me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo....
   E enquanto tarda o abismo e o silencio quero estar sozinho.."
                                                                                              Fernando Pessoa
 

As palavras não saem, o olhar se assumiu andarilho e transviante, os sorrisos não se lembram mais do caminho, nem dos motivos, o que houve com a poesia da vida? Foi assassinada! Foi esfaqueada duramente nas costas pelas preocupações estereis ou razões fúteis de existência, mais ainda existe um grito, mudo, preso em uma garganta que não sente mais suas próprias intenções, existe uma felicidade morta pela ausência do que se denomina padrões, logo ela tão incomum, tão faceira e simplória;coitada, acabou conhecendo a piedade depois de moribunda, confesso que a invejava, a esperança não suportou a morte da sua companheira de longa data e também deixou de existir, partiu em busca de encontrar algum outro lugar que possa rever e estar com sua amiga e claro que na bagagem das intenções também carregou a persistência...Então estamos sós?
Absolutamente. Ainda existe a solidão, e o vazio que sofre por nunca ter sido reconhecido como alguém, o nada com sua impotência de reação é assim que explico como me entreguei ao patético, de uma maneira tão visceral que não consigo expressar, até as palavras me abandonaram, era o curativo que aplacava as dores da falta de agir, elas também partiram, fiquei só, sem publico, sem palco e sem espetáculo, e ainda posso sentir todo esse amargo das vitórias que não tive arderem e queimarem sobre o que sou ...sem eu nem mais saber o que sou.
Não tenho dito. Calo. Deságuo, disfarço; agora, até minto. Não me encontro. Minhas verdades são transeuntes controversas e desconexas, a procura de sí.
Falhamos.Na relação consigo e com o outro, e hoje não restou nem o amor as causas perdidas, e como pode um ser na terra não ter o que amar? Adotar como cria o dialogo do " tanto faz".
Você é uma constante nos diálogos que não tive, nas paredes que hesito em olhar, naquelas historias que eu não escrevi, você está em todo lugar, no lugar das coisas que nunca existiram, meu submerso abstrato, meu "se", meu " maybe", nós.
Suma sem remorso junto com esses acovardados sentimentos, que não sentem nada.

Vão. Vã. Vá
E assim se foram ....

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